Urolitíase/ Cálculo renal
Urolitíase/ Cálculo Renal
A litíase urinária acomete cerca de 6 a 12% da população mundial, destes 5% terão novos episódios nos próximos 5 anos, se não houver mudança dos hábitos de vida, principalmente ingesta hídrica abundante. É um pouco mais comum nos homens, com uma proporção de 1,3 homens para cada mulher.
Quadro Clínico
Dor lombar de forte intensidade do lado acometido, com irradiação para os testículos nos homens e grandes lábios nas mulheres. Pode também ocasionar sangramento urinário, e ardor para urinar.
Diagnóstico
É baseado na história clínica e exames de imagem, para a confirmação da presença, localização e tamanho do cálculo. Dentre eles temos:
- Rx simples de abdome: Possibilita o diagnóstico em até 80% dos casos.
- Ultrassonografia do aparelho urinário: Útil principalmente para visualizar cálculos renais e em ureter dita, ou seja, próximos à bexiga. Possibilita diagnosticar presença de hidronefrose, ou seja, dilatação do rim e ureter. Não tem radiação, portanto pode ser realizado em gestantes.
- Tomografia Computadorizada de abdome e pelve: Exame padrão ouro para diagnóstico e definir o tratamento. Possibilita saber o tamanho exato do cálculo, sua localização e dureza, portanto define a conduta a ser tomada.
Tratamento
O tratamento é definido com base na localização, tamanho, dureza, presença ou não de febre e dilatação da via excretora (“canal do rim”). Pode ser:
- Clínico: É possível em cálculos pequenos no ureter (“canal do rim”), com dor controlada e sem febre. Tem como princípio analgesia, anti-inflamatórios e alfa-bloqueador, utilizado para dilatar o ureter.
- Litotripsia Extracorpórea (LECO): É possível em cálculos renais de até 2,0 cm de diâmetro, e em cálculos ureterais menores, porém deve ser contra-indicado em pacientes com quadro infeccioso associado. Sua função é fragmentar o cálculo em pedaços menores, facilitando a eliminação espontânea.
- Ureteroscopia rígida ou flexível a laser: É um procedimento cirúrgico realizado pela uretra, ou seja, não tem corte. O paciente fica internado em média 01 dia, possibilita a retirada do cálculo na maioria absoluta das vezes, e tem retorno precoce às atividades do dia a dia.
- Nefrolitotomia percutânea: É um procedimento cirúrgico reservado para retirar cálculos maiores dos rins. O paciente fica internado em média 2 dias, porém como se trata de uma cirurgia mais invasiva que a ureteroscopia o tempo de convalescença é maior.
- Cateter Duplo J: Após a manipulação do trato urinário pode ser necessário a colocação do cateter. Sua função é garantir a drenagem correta de urina dos rins para a bexiga após a manipulação do ureter, porém sua presença pode gerar algum grau de desconforto miccional, que pode ser minimizado com o uso dos alfa-bloqueadores. Na maioria das vezes pode ser retirado após 1 a 2 semanas do procedimento, no próprio consultório médico, não sendo necessário internação.
Perfil Litogênico
Após a retirada do cálculo é possível investigar se há alguma alteração metabólica que aumenta o risco de formação de pedra. O diagnóstico é possível em até 60-70% dos casos, e para isso é necessário realizar alguns exames:
- Urina I, urocultura e antibiograma
- Exames de sangue
- Urina de 24 horas
- Análise do cálculo
Com base no resultado destes exames é possível instituir tratamento para diminuir a chance de formação de novos cálculos. A medida mais importante é a ingestão de líquidos, principalmente água, e a restrição de sal. A média preconizada é 3 litros de água por dia e a ingestão de até 5 g de sal por dia.