Câncer de Pênis
Câncer de Pênis
Doença relativamente rara em nosso meio, afeta 1,5 – 3,7/100.000 habitantes, é mais comum nos estados com menos acesso à saúde. O pico de incidência se dá a partir dos 60 anos de idade, podendo ou não estar relacionado ao HPV. É uma doença agressiva, ao diagnóstico pelo menos 40% dos casos já têm doença na região inguinal, primeiro local de disseminação da moléstia, e 10% já têm doença em outros órgãos, principalmente no pulmão.
Fatores de risco
A presença de fimose é um fator extremamente importante, no Brasil mais de 60% dos casos de câncer de pênis estão associados à presença de fimose. O tabagismo é outro fator muito importante, principalmente para quem fuma mais de 10 cigarros por dia há mais de 5 anos. A infecção pelo HPV também está associada à doença, com uma associação de até 80% dos casos.
Vacina de HPV
No Brasil temos a vacina bivalente, quadrivalente (HPV4), e mais recentemente a nonavalente (HPV9). A vacina HPV4 apresenta proteção contra quatro subtipos do HPV (6, 11, 16 e 18). Já a HPV9 protege contra os mesmos subtipos da quadrivalente e mais outros cinco, que são 31, 33, 45, 52 e 58.
A vacina HPV4 está disponível para meninas e meninos de 9 a 14 anos, nos postos de saúde, e o preconizado é que seja administrada antes de iniciar a vida sexual. Também está disponível para homens e mulheres dos 9 aos 45 anos com HIV ou AIDS, pacientes transplantados de tumores sólidos ou hematológicos, pacientes oncológicos e vítimas de abuso sexual. No setor privado, a vacina HPV9 está disponível para mulheres de 9 a 45 anos e homens de 9 a 26 anos, independentemente de ser ou não imunodeprimido.
Diagnóstico
Toda lesão no pênis que não desaparece com qualquer tipo de tratamento deve ser avaliada por um urologista. Geralmente o câncer se apresenta como uma lesão ulcerada na glande, que aumenta com o tempo, e não melhora com os tratamentos tópicos, como pomadas. Nos pacientes com fimose e impossibilidade para expor a glande pode ter dificuldade para sair a urina e odor fétido no pênis. Nos casos mais avançados a úlcera pode crescer e acometer todo o pênis, e pode aparecer uma massa na região inguinal de um lado ou de ambos. A biópsia da lesão é realizada em uma minoria dos casos, principalmente se há dúvida quanto à presença ou não de câncer.
Tratamento
O tratamento se inicia com a retirada do tumor com a máxima preservação peniana possível. Após a retirada da lesão com o resultado anátomo patológico em mãos, é possível decidir se será necessário realizar a linfadenectomia inguinal, ou seja, a retirada dos linfonodos da virilha, local comum de disseminação da doença.