Litíase Urinária

Popularmente conhecida pelo termo “pedra nos rins” ou “cálculo urinário“, a doença tem sua causa relacionada ao aparecimento de cálculos no aparelho urinário que podem impedir a passagem da urina, ocasionando muita dor.

 

A litíase urinária ocorre quando os cálculos renais se formam e impedem a passagem da urina. Esses cálculos são formados pelo excesso de precipitação de cristais, podendo acontecer por fatores diversos, como problemas genéticos, metabólicos, ingestão de poucos líquidos, sedentarismo e má alimentação. O tamanho das pedras pode variar de milímetros até 2 centímetros de diâmetro.

Essa pedra (ou essas, quando mais de uma) podem se alojar em qualquer ponto do aparelho urinário constituído pelos rins, ureteres, bexiga urinária e uretra. 

No entanto, quando o mesmo vai para a parte central, onde estão os tubos coletores (pelve e ureteres), a pedra pode provocar dor intensa e outros sintomas como a obstrução na urina e até mesmo infecções urinárias.

Assim, o principal sintoma da litíase urinária é a cólica renal, que se caracteriza por uma dor intensa de caráter agudo, que se inicia na região das costas e se irradia para o abdome anterior. Segundo registros antigos de medicina, a dor ocasionada pela pedra nos rins é a que mais se assemelha com a dor do parto. Dessa forma, é considerada por muitos pacientes como uma das piores dores que pode ser sentida.

A litíase urinária também pode ocasionar sintomas como náusea, vômito, febre e sangue na urina.

Causas e fatores de risco

Os cálculos urinários podem ter diferentes composições químicas. Segundo a Sociedade Portuguesa de Urologia, os aglomerados de oxalato de cálcio são os mais frequentes (60% dos casos), seguidos das pedras de oxalato de cálcio associado a fosfato de cálcio (20%), ácido úrico (8%), estruvite (8%), fosfato de cálcio (2%), cistina e outros componentes (2%).

A litíase urinária é provocada pela hiper-saturação da urina com um destes sais minerais e/ou uma diminuição da excreção de substâncias que inibem essa formação, como o citrato e o magnésio, entre outras.

Pode estar em causa:

  • Um episódio excepcional, provocado por insuficiente ingestão de líquidos e consequente desidratação do organismo;
  • Uma infeção provocada por bactérias cujo metabolismo implica a produção de substâncias que podem formar cálculos;
  • Doenças metabólicas que prejudicam a eliminação de cálcio e/ou outros sais minerais.

Diagnóstico

Perante um quadro de cólica renal, infecção e/ou suspeita da presença de cálculos no aparelho urinário, o médico faz a sua avaliação clínica com recurso a análises ao sangue e urina, bem como a exames de imagem. 

Tratamento

A composição química do cálculo em causa não é relevante para a opção de tratamento. Já o tamanho da “pedra”, esse sim, é determinante. Os médicos têm hoje diversos métodos à disposição:

  • Tratamento farmacológico

No caso dos cálculos de ácido úrico, que resultam da acidez excessiva da urina, é possível ultrapassar a situação com recurso a medicamentos. Uma vez alcalinizando o pH da urina, por ação farmacológica, os cálculos de ácido úrico dissolvem-se espontaneamente. Trata-se de uma solução fácil, mas algo demorada, que pode revelar-se pouco prática ou mesmo desadequada, consoante o tamanho da pedra e respetiva localização.

  • Litotrícia Extracorporal por Ondas de Choque (LEOC)

A técnica consiste na destruição de cálculos com recurso ao litotritor, um equipamento capaz de gerar ondas de choque que são orientadas para o cálculo, de modo a pulverizá-lo. Cálculos até 15 mm ou 20 mm poderão ser tratados através desta técnica e a intensidade da onda de pressão é controlada de acordo com a tolerância da pessoa.

O tratamento pode ser feito com recurso a analgesia ou sedação. “É um método pouco invasivo, mas também o menos eficaz”, explica o urologista. São necessários três ou quatro mil choques para conseguir fragmentar as pedras.

  • Ureteroscopia

A fragmentação do cálculo é realizada por método endoscópico. A utilização da fibra de laser é feita através da bexiga e dos canais da uretra até ao rim. Trata-se de um procedimento relativamente simples, que é feito sem necessidade de incisões ou cortes em ambulatório ou com internamento de 24 horas.

  • Cirurgia percutânea do rim

Os cálculos de maior dimensão exigem uma cirurgia percutânea, com introdução de nefroscópio de até 8mm de diâmetro, de forma a permitir a ação de um litotritor e a fragmentação mecânica dos cálculos.