Câncer de Rim
Câncer de Rim
O Carcinoma de células renais (CCR) representa 3% de todas os tumores malignos. De acordo com a Globocan, tiveram 60.336 casos de tumor renal no mundo, com 15.333 mortes. Acomete 1,5 homens para cada mulher e o pico de incidência está entre os 60 e 70 anos de idade.
Fatores de Risco
O tabagismo é o fator de risco mais importante, tendo uma relação direta com o tumor em mais de 50% dos casos. Outros fatores de risco que também podem estar relacionados com o tumor são: obesidade, hipertensão arterial e parente de primeiro grau com CCR.
Prevenção
Evitar o tabagismo, controle de peso e pressão arterial.
Diagnóstico
Mais de 50% dos casos não apresentam sintomas, ou seja, são diagnosticados de forma incidental, por isso são chamados de incidentalomas. Os sintomas mais comuns são dor lombar e massa palpável do lado acometido, hematúria (sangramento na urina) e perda de peso. Para estabelecer o diagnóstico é extremamente importante realizar um exame de imagem. O Ultrassom é o exame inicial, mas o exame “padrão ouro” é a tomografia computadorizada de tórax, abdome e pelve com contraste endovenoso ou ressonância nuclear magnética. É muito comum nos exames de imagem o aparecimento de cistos simples, estes são patologias benignas que não se transformam em câncer.
Classificação dos tumores renais malignos
- Carcinoma de células renais (CCR) (85-90%)
- Convencional ou Carcinoma de células claras: 70-80% dos tumores renais malignos, 2-5% diferenciação sarcomatóide, prognóstico ruim.
- Cromofílico ou Papilífero: 10-15% dos tumores renais malignos, Tipo I (baixo grau), Tipo II (alto grau).
- Cromófobo: 3-5% dos tumores renais malignos, Tipo I: clássico, Tipo II: eosinofílico.
- Ducto coletor: 1% dos tumores renais malignos, prognóstico ruim.
- Carcinoma Medular renal (raro): mais comum em pacientes jovens com anemia falciforme, prognóstico ruim.
- Sem classificação: 1% dos tumores renais.
Classificação dos tumores renais benignos
- Cisto simples
- Angiomiolipoma (AML): Tumor benigno, não é câncer, 1% dos tumores removidos cirurgicamente, composto por gordura, vasos sanguíneos e músculo liso. 4x mais comum em mulheres, associado a Esclerose Tuberosa (ET), 20-30% dos pacientes com AML têm ET, 50% dos pacientes com ET têm AML, geralmente bilateral, múltiplos, grandes, chance de hemorragia espontânea.
- Oncocitoma
- Adenoma renal
- Adenoma metanéfrico
- Fibroleiomioma
- Hemangioma
Tratamento
A base do tratamento dos tumores renais é a remoção cirúrgica completa da lesão. A escolha do tipo de cirurgia está diretamente ligada ao tamanho da lesão. No passado realizávamos a nefrectomia radical aberta para praticamente todas as lesões, hoje reservamos este procedimento somente para tumores muito grandes, principalmente maiores de 15 cm. Para os outros tumores oferecemos as técnicas minimamente invasivas, tanto a videolaparoscópica como a robótica. A plataforma robótica agrega muita qualidade, principalmente nas cirurgias que envolvem algum tipo de reconstrução, como a nefrectomia parcial (retirada do tumor renal mantendo o rim). Após a retirada do tumor renal é necessário realizar uma sutura no local onde estava a lesão para controle de sangramento, e a plataforma robótica torna a execução dessa sutura muito mais fácil, quando comparada à técnica videolaparoscópica. Na técnica convencional aberta, é realizada uma incisão chamada de lombotomia, e este acesso é extremamente doloroso e desconfortável no pós-operatório. Portanto, a técnica minimamente invasiva com auxílio do robô agrega diversas vantagens, como a ausência de uma grande incisão, menor dor no pós-operatório, retorno mais precoce às atividades rotineiras, mínimo risco de hérnia incisional (comum na incisão de lombotomia), e oncologicamente é igual à técnica convencional.
Recuperação pós-operatória
Após a nefrectomia, o paciente fica internado em média de 2 a 3 dias no hospital, e vai para casa com tempo médio de convalescença de 20 dias. Após este período, pode voltar às atividades normais, mas sem realizar atividade física, e com 40 dias poderá realizar caminhadas de até 30-40 minutos. Após 60 dias, poderá realizar qualquer tipo de atividade. Já na nefrectomia parcial, o tempo para retomar as atividades pode aumentar um pouco, uma vez que o esforço físico pode desencadear sangramento dos pontos que estão fechando o parênquima renal.
Seguimento
Após o tratamento, o paciente deve seguir realizando exames de sangue e imagem, com a frequência de 4 a 6 meses por 2 anos e, após, 1 vez por ano por pelo menos 5 anos.